Seleçao

Na semana do Penta; quem foram os melhores goleiros da Seleção brasileira

El Futbolero Brasil trouxe uma lista dos melhores goleiros da Seleção Brasileira

Por Jorge Dias

El Futbolero Brasil trouxe uma lista dos melhores goleiros da Seleção Brasileira
El Futbolero Brasil trouxe uma lista dos melhores goleiros da Seleção Brasileira
Síguenos enSíguenos en Google News

Uma das posições mais importantes em campo, o goleiro, é a função onde todas as jogadas são iniciadas. Desde a profissionalização do esporte até a era contemporânea, foi a posição mais modernizada e a que se metamorfou dentro das quatro linhas do campo. Entre goleiros que não saem do gol e a recém-função de líbero, o arqueiro não é apenas mais um em campo.

Tradicionalmente, o Brasil sempre exportou goleiros que se destacaram no exterior, principalmente nos finais da década de 90 até os dias de hoje. Alisson e Ederson, goleiros de Liverpool e Manchester City, são titulares absolutos nos dois melhores times da Premier League.

A posição é marcante na história do futebol internacional, grandes ídolo surgiram debaixo das traves, nomes que marcaram histórias como campeões e também capitães, os fracassos também escreveram parte da história, principalmente para nós, brasileiros.

O goleiro no Brasil não era valorizado, alvo de preconceitos em times profissionais e na várzea, a função é a última barreira entre o time adversário e a derrota. Agora, os jogadores se posicionam de acordo com o perfil do arqueiro. A habilidade nos pés passou a ser tão exigente quanto o reflexo com as mãos. Assim como os laterais, os goleiros bons não estão sobrando no mercado.

Não seguindo a regra, expoentes brasileiros surgem a todo momento como o jovem Hugo do Flamengo e João Paulo do Santos. A posição rara nos últimos anos no futebol internacional, cada vez mais é exigido habilidade com os pés dos goleiros e a partir daí é decidido a forma de jogar das equipes. Mesmo assim, o Brasil apresentou uma seleta lista de bons goleiros. O El Futbolero listou os cinco melhores goleiros da Amarelinha:

 

5 - Emerson Leão

O excêntrico goleiro reserva da seleção brasileira de 1970 não era apenas o cara que esperava oportunidades no banco, segundo relatos dos próprios jogadores, Leão fazia jus ao nome e era um líder do elenco encabeçado por Pelé.

"Eu acho que fui um batalhador e corri atrás daquilo que achei que podia melhorar. Recebi uma educação adequada, me tornei um homem conhecido, não me iludi por deixar de ser anônimo, não me iludi pelos elogios. E prestei muita atenção nas críticas. Aprendi muito, cresci muito", declarou o histórico goleiro do Palmeiras.

Foi ao lado de ídolos alviverdes que Emerson se tornou conhecido nacionalmente, integrante da populosa 'academia de futebol', apelido dado pela imprensa paulista ao Palmeiras da década de 1960/70 devido ao excelente futebol apresentado.

Não satisfeito com isso, Leão viria a se tornar treinador. Seu perfil a beira do gramado foi vital para que, enquanto goleiro também, vencesse o polêmico Campeonato brasileiro de 1987, título divido com o Flamengo.

O sucesso o levou a Seleção brasileira em 2001, no quase catastrófico planejamento para as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, Leão não durou muito a frente da equipe que viria a ser campeã mundial com Felipão.

4 - Barbosa

Moacyr Barbosa significou por muito tempo para o Brasil um sinônimo de fracasso e derrota, foi o "responsável" pela derrota em casa para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, episódio conhecido até hoje como Maracanazzo. Mesmo o goleiro não tendo culpa sobre o lance.

Levou tempo para que Barbosa superasse o trauma, o eterno goleiro vascaíno viu sua carreira afundar após a derrota na final do Mundial. Por uma infelicidade, o arqueiro não viu seu nome ser reconstruído a tempo, já que faleceu em 2000 aos 79 anos.

Barbosa foi ídolo no Vasco antes do Mundial, e após a passagem marcante pelo cruzmaltino jogou em Bonsucesso e pelo Santa Cruz. Tamanha repercussão sobre a cor de sua pele, a Seleção brasileira só teria um goleiro negro de volta a titularidade em 1998 com Dida, ex-Corinthians. Foram mais de 40 anos sem um negro no gol do Brasil motivado por puro preconceito.

Hoje, Barbosa é reverenciado não só apenas pelo Vasco mas também pela CBF. Um dos muros de São Januário foi grafitado com sua foto, e em 2021, o clube batizou, após uma petição movida pela torcida, o novo centro de treinamento do clube com o nome do seu eterno goleiro.

3 - Marcos


Ou São Marcos para os Palmeirenses, o goleiro teve uma passagem curta pela Seleção Brasileira, mas foi intensa e marcante, e responsável pela classificação da amarelinha para o Mundial do Japão/Coreia do Sul. No Mundial foi um dos principais líderes do elenco de Felipão e responsável por acalmar os ânimos dos jovens jogadores.

Já era um destaque do Palmeiras, mas se tornou um goleiro titular apenas com Felipão. Marcos coleciona histórias marcantes de superação como após falhar em uma saída de bola e ver o Manchester United conseguir o Mundial Intercontinental, o goleiro se reinventou e permaneceu no clube mesmo com o assédio do exterior.

"Matuto" como ele mesmo se define, o ‘goleiro de um time só’ conquistou os corações dos palmeirenses ao preferir jogar a Série B com o clube de coração ao invés de ir para o Arsenal, que na época, montou um estrelado time para a temporada de 2003/04.

Especialista em penalidades, Marcos teve páreo duro no Mundial de 2002, onde enfrentou outros dois grandes rivais, também especialistas em pênaltis. O sempre frio Dida, que venceu tudo pelo Milan da Itália e Rogério Ceni, cobrador oficial do São Paulo, onde também conquistou tudo pelo clube do Morumbi.

2 - Taffarel


Ídolo no Internacional, na Itália, na Turquia e no Brasil, Claúdio Taffarel é a representação de toda uma geração que amargou por 20 anos a seca de títulos em Copas do Mundo. O goleiro heróico cuja a maior especialidade eram as penalidades, ostentou em seus 104 jogos pela Seleção brasileira, uma titularidade absurda.

Taffarel foi, depois de Romário, o jogador mais importante da Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos. Tamanho carisma do goleiro calvo com um forte sotaque gaúcho, coube a Galvão Bueno, narrador da TV Globo eternizar sua marca na memória afetiva do torcedor brasileiro.

"Sai que é sua Taffarel", um bordão criado devido a dificuldade do goleiro em sair para atacar as bolas, se tornou viral mesmo antes da palavra em si existir. A identificação com a Seleção brasileira foi tanto, que apenas Júlio Cesar em 2008, quando assumiu o posto de goleiro titular tirou da memória dos brasileiros a imagem de Taffarel, muito devido regularidade que o rubro-negro teve com Dunga.

Taffarel teve o auge de sua carreira por clubes após a Seleção brasileira, já veterano se mudou para o Galatasaray, onde venceu a Copa da UEFA sobre o Arsenal em 2000, pouco depois se aposentou. O histórico goleiro hoje é o mentor de Alisson, ex-Internacional, e treinador de goleiros do Liverpool e da Seleção brasileira.

1 - Gylmar


Poucos se lembram da histórica passagem de Gylmar pela Seleção brasileira, o goleiro do Santos de Pelé marcou presença nos títulos de 1958 e 1962 sendo titular nas duas vezes. Assumiu o posto depois do Maracanazzo onde ficou como titular da Seleção até depois da Copa do Mundo no Chile.

Sua história marcante pelo Santos de Pelé o coloca no seleto grupo de jogadores que também foram ídolos no Corinthians, mesmo tendo idolatria na Vila Belmiro. Gylmar tem em média 300 jogos tanto por Santos quanto pelo Corinthians e 94 pela Seleção brasileira.

Em 1966 esteve no Mundial como reserva de Manga, goleiro titular da Seleção naquele Mundial. Gylmar, no entanto, tem uma história sombria. Após se aposentar, o goleiro se tornou despachante no DOI-CODI durante os anos de Ditadura Militar.

“Ele andava pelos andares da delegacia onde se torturavam e matavam presos”, diz o geólogo e ex-vereador e ex-deputado estadual Adriano Diogo, de 72 anos ao jornalista Juca Kfouri, e que em 1973 passou por três meses preso nessa instalação militar usada para torturar e assediar informantes e presos políticos.

Seu trabalho com os militares era algo repulsivo, ele tratava de acelerar os trâmites dos bens apreendidos dos presos para vender aos militares a um baixo custo, sem a necessidade de documentação ou impostos. Tudo com uma autorização federal expedida especialmente ao goleiro.

O futebol foi uma das armas de propaganda política usadas pelos militares para cativar o público e reorientar os holofotes da imprensa. Gylmar não respondeu por seus atos, pois faleceu em 2013, mas sua história foi investigada pela Comissão da Verdade do Brasil.
 

Mais notícias da Seleção Brasileira 

Variedade de Pontas; o quebra-cabeças de Tite para o Mundial do Catar 2022

Tópicos


Mais notícias