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Já brilhou pelo Corinthians, mas pode fazer o clube ter prejuizo milionário

Empresário de ex-joia do Corinthians cobra dívida milionária do clube

Por Leandro Correira da Silva

Corinthians pode ter que lidar com divida milionária de empresário
Corinthians pode ter que lidar com divida milionária de empresário
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O Corinthians enfrenta um novo desafio financeiro relacionado à venda do meia Pedrinho ao Benfica, em 2020. O empresário Will Dantas entrou na Justiça cobrando R$ 18,8 milhões, valor referente à parte que ele tem direito na transação. A dívida foi reconhecida pelo clube em contrato assinado recentemente, mas o pagamento ainda não foi concluído.

Entenda a dívida do Corinthians com Pedrinho

O meia Pedrinho, destaque no Corinthians antes de sua transferência, foi vendido ao Benfica por 18 milhões de euros (aproximadamente R$ 117 milhões na época). O empresário Will Dantas possuía 30% dos direitos econômicos do jogador, o que lhe garantiu um montante de 5,3 milhões de euros (cerca de R$ 35 milhões). No entanto, o pagamento desse valor foi dividido e parcelado, com parte da quantia ainda em aberto.

  • Valor inicial da venda: 18 milhões de euros.
  • Percentual de Will Dantas: 30%.
  • Total recebido até agora: R$ 19,2 milhões.
  • Valor devido atualizado: R$ 18,8 milhões, incluindo juros e multas.

O clube já realizou diversos acordos com o empresário, mas pagamentos parciais e inadimplência acumularam a dívida. A situação foi agravada por mudanças na gestão, com cada presidente assumindo novos compromissos sem quitar os anteriores.

O que é o Regime Centralizado de Execuções (RCE)?

Para evitar bloqueios judiciais e organizar o pagamento de suas dívidas, o Corinthians aderiu ao Regime Centralizado de Execuções (RCE). Essa medida permite que o clube renegocie seus débitos em um plano estruturado, garantindo espaço para continuar suas atividades sem interrupções financeiras severas.

O RCE funciona como uma forma de centralizar todas as execuções judiciais contra o clube, permitindo que ele negocie um plano de pagamento com os credores e evite bloqueios de receitas essenciais, como direitos de transmissão. Além disso, ajuda a equilibrar o fluxo de caixa para que o clube possa manter suas operações diárias.

Outros credores também optaram por essa solução, incluindo o empresário Giuliano Bertolucci, maior credor do clube atualmente, com R$ 78 milhões a receber. O Corinthians espera que o regime facilite a negociação e o cumprimento de suas obrigações.

Impactos na gestão financeira

A situação financeira do Corinthians reflete desafios estruturais enfrentados por clubes brasileiros, como:

  • Altos custos operacionais: contratações e salários elevados impactam o caixa.
  • Gestão de dívidas: acúmulo de passivos por parcelamentos e repactuações.
  • Dependência de transferências: A venda de jogadores é uma das principais fontes de receita, mas também gera compromissos financeiros a longo prazo.
  • Falta de planejamento financeiro: muitos clubes realizam acordos sem prever os impactos futuros no orçamento.

A adesão ao RCE e o reconhecimento da dívida com Will Dantas indicam um esforço do clube em buscar soluções estruturais. Contudo, o cumprimento desses compromissos será essencial para evitar prejuízos futuros.

Possíveis desdobramentos

Caso o Corinthians não consiga cumprir o pagamento, o clube pode enfrentar:

  • Ações judiciais mais severas.
  • Perda de crédito no mercado esportivo.
  • Impacto na contratação de novos atletas.
  • Risco de bloqueios financeiros, afetando diretamente o desempenho esportivo.

Para evitar esses cenários, o clube precisa priorizar o equacionamento de suas dívidas enquanto trabalha em alternativas de geração de receita, como:

  • Aumentar receitas com patrocínios.
  • Fortalecer o programa de sócio-torcedor.
  • Investir em categorias de base para garantir talentos próprios e futuros lucros com transferências.
  • Explorar novos mercados internacionais, como parcerias com clubes estrangeiros.

O legado de Pedrinho no Corinthians

Pedrinho é lembrado pelos torcedores por sua habilidade e contribuições em campo, especialmente nas conquistas do Campeonato Paulista de 2017 e 2018. Sua venda ao Benfica foi considerada estratégica, mas os desdobramentos financeiros mostram como a falta de planejamento pode prejudicar clubes no longo prazo.

O caso também serve de alerta para outros times brasileiros que dependem de transferências internacionais. Transparência, gestão eficiente e renegociações equilibradas são fundamentais para evitar crises semelhantes.

Além disso, o impacto da saída de Pedrinho no elenco do Corinthians gerou questionamentos sobre a reposição técnica e o aproveitamento de jovens promessas. O jogador representava uma conexão direta entre a base e o time principal, reforçando a importância de formar atletas com potencial de mercado.


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