Nos primeiros dias de sua gestão no Corinthians, ainda em 2024, Augusto Melo contratou a consultoria Ernst & Young (EY) para revisar contratos firmados durante as administrações de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves.
O relatório, concluído e entregue aos responsáveis do clube em maio do ano passado, permanece sem divulgação e sem acesso aos órgãos internos do Parque São Jorge.
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A primeira solicitação feita à EY envolvia a análise de oito contratos específicos das gestões anteriores. Além de examinar os documentos, a consultoria realizou um processo chamado "Background Check & Screening", investigando dirigentes envolvidos, seus familiares e empresas relacionadas.
Os contratos analisados incluíram:
A reunião para a apresentação dos resultados ocorreu em 6 de maio, com a presença de Rozallah Santoro (diretor financeiro da época), Yun Ki Lee (diretor jurídico na ocasião) e Fernando Perino (ex-diretor adjunto do jurídico). Segundo informações da Gazeta Esportiva, a EY não encontrou irregularidades nos contratos investigados.
Apesar de ter contratado a consultoria, o Corinthians não realizou o pagamento pelo serviço, acumulando uma dívida de aproximadamente R$ 1 milhão. Como consequência, a EY não forneceu cópias adicionais do relatório.
O Conselho Deliberativo do clube solicitou acesso ao documento a Augusto Melo, Leonardo Pantaleão (ex-diretor jurídico) e Pedro Silveira (atual diretor financeiro), mas sem sucesso.
Em entrevista ao Meu Timão, Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho, criticou a falta de transparência: "Falei com o atual diretor financeiro, que chegou a cobrar da Ernst & Young esse resultado. Disseram que já haviam entregado a diretores que saíram da gestão e que não entregariam de novo enquanto não houvesse pagamento. Virou um imbróglio. Nunca tivemos acesso aos resultados."
Por outro lado, Augusto Melo afirmou não ter recebido o documento. Em recente contato da Gazeta Esportiva com sua assessoria, foi informado que o relatório ainda não chegou ao clube. O próprio presidente declarou: "Nas minhas mãos não está. Nunca recebi esse relatório. Nunca chegou esse relatório na minha mão. Isso é mentira. Pelo contrário, cobramos muito isso. Também dizem que assinei documentos para investigar famílias, o que é falso. Assinei apenas para apurar contratos."
Além da análise conduzida pela EY, uma comissão interna do Corinthians revisou alguns dos contratos no ano passado. Um dos casos investigados foi o contrato do estacionamento da Neo Química Arena, sem identificação de irregularidades.
Nem a Ernst & Young nem o Corinthians quiseram se manifestar sobre o caso. A consultoria alegou tratar-se de um assunto interno com um cliente.
A consultoria também foi acionada para examinar o contrato de patrocínio máster com a casa de apostas VaideBet, que rescindiu o acordo com o Corinthians em maio de 2024 após polêmicas sobre um suposto uso de laranjas na intermediação do contrato.
O plano da EY incluía uma auditoria completa da documentação do patrocínio, além de uma investigação do histórico das empresas envolvidas e entrevistas com profissionais-chave. No entanto, o processo foi suspenso em 18 de junho por decisão de Augusto Melo. O então diretor adjunto financeiro Luiz Ricardo Alves, conhecido como "Seedorf", enviou um e-mail à EY solicitando a paralisação da apuração.
Apesar de não ter sido concluída, a investigação gerou uma cobrança de R$ 122 mil por parte da consultoria.
O caso segue sem esclarecimentos definitivos, e a falta de transparência na gestão do Corinthians continua sendo um tema de debate entre os conselheiros e torcedores.
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