Série A

Imprensa internacional reage à filiação do Palmeiras à Concacaf

Leila Pereira considerou a punição "ridícula" e enviou uma carta oficial à FIFA.

Por Eric Filardi

Foto: Palmeiras/Divulgação
Foto: Palmeiras/Divulgação
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A recente proposta da presidenta do Palmeiras, Leila Pereira, de que os clubes brasileiros se desvinculem da Conmebol e se filiem à Concacaf gerou diversas reações na imprensa internacional. A sugestão surgiu após incidentes de racismo em partidas da Copa Libertadores Sub-20, envolvendo o Cerro Porteño e jogadores do Palmeiras, e a subsequente multa de apenas 50 mil dólares aplicada pela Conmebol ao clube paraguaio.

Leila Pereira considerou a punição "ridícula" e enviou uma carta oficial à FIFA solicitando uma intervenção mais rígida contra o racismo no futebol sul-americano. Em um movimento ousado, ela também propôs que os clubes brasileiros considerem migrar para a Concacaf, entidade que rege o futebol na América do Norte, Central e Caribe.

Repercussão na mídia internacional

A declaração da presidenta do Palmeiras não passou despercebida, gerando diversas análises e reações em vários veículos de comunicação ao redor do mundo. Confira como diferentes meios internacionais repercutiram o caso:

  • Mediotiempo (México): O portal mexicano destacou a insatisfação de Leila Pereira com a punição aplicada pela Conmebol, classificando-a como "insignificante". O site enfatizou a carta enviada à FIFA e a declaração da dirigente sobre a necessidade de os clubes brasileiros serem mais valorizados em outra confederação.
  • Fox Sports México: A emissora ressaltou a "atitude desafiadora" da presidenta do Palmeiras ao sugerir que os times brasileiros poderiam se juntar à Concacaf. O canal frisou que a Conmebol tem uma relação conflituosa com vários clubes do Brasil e que a mudança poderia alterar o equilíbrio do futebol continental.
  • OneFootball (Argentina): O site esportivo abordou o impacto econômico que uma eventual saída dos clubes brasileiros teria para a Conmebol. Segundo a matéria, os clubes do Brasil representam cerca de 60% da receita da entidade sul-americana, o que tornaria uma migração para a Concacaf um golpe significativo para a Libertadores e a Sul-Americana.

Motivação da proposta e possíveis impactos

A proposta de Leila Pereira ocorre em meio a críticas recorrentes sobre a forma como a Conmebol lida com casos de racismo e arbitragem. A dirigente destacou que, apesar do peso econômico e competitivo dos clubes brasileiros, a confederação sul-americana não lhes oferece o devido respeito e suporte.

Se a sugestão de Leila fosse levada adiante, os clubes brasileiros poderiam disputar a Liga dos Campeões da Concacaf, torneio que atualmente conta com equipes de México, Estados Unidos, Canadá e outros países da região. Isso mudaria drasticamente o panorama do futebol continental, pois retiraria do Brasil sua histórica participação na Libertadores e na Copa Sul-Americana.

Dentre os principais impactos dessa mudança, podemos destacar:

  • Perda de prestígio da Libertadores: Sem os clubes brasileiros, a principal competição sul-americana perderia qualidade técnica e visibilidade internacional.
  • Aumento de receita para a Concacaf: Com times brasileiros participando, a Liga dos Campeões da Concacaf ganharia mais atratividade e audiência.
  • Mudanças no Mundial de Clubes: Caso os clubes brasileiros migrassem para a Concacaf, o formato de classificação para o Mundial de Clubes da FIFA também poderia ser alterado.

O que esperar daqui para frente?

Embora a proposta de Leila Pereira seja bastante radical e improvável a curto prazo, ela levanta um debate relevante sobre a relação entre os clubes brasileiros e a Conmebol. Em um cenário hipotético onde essa migração acontecesse, a dinâmica do futebol continental seria transformada.

Por enquanto, os clubes brasileiros devem discutir internamente essa possibilidade. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto, mas é possível que a sugestão de Leila abra espaço para um diálogo mais amplo sobre os interesses do futebol brasileiro nas competições internacionais.

A imprensa internacional continuará acompanhando de perto os desdobramentos desse caso e suas possíveis implicações para o futuro do futebol brasileiro e sul-americano.

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