Por que o Flamengo tem como mascote um Urubu?

Tradicionais figuras relacionadas às equipes de futebol, as mascotes servem como referência para se retratar a um determinado clube. Por exemplo, se eu citar aqui o Galo, a Raposa, o Porco ou o Peixe, fatalmente você remeterá à Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Santos, respectivamente, não? Mas dentre eles, existe um que causa muita curiosidade, por que a mascote do Flamengo é um Urubu?

Geralmente atribuído aos maus presságios ou a uma ave carniceira, o animal entrou para história do clube e hoje é adorado como um símbolo ligado diretamente ao Flamengo, muito mais do que o Popeye, mascote do clube até os anos 1960, em referência às origens náuticas do clube. Mas afinal, por que o Urubu? 

O voo do Urubu da Gávea 

Em junho de 1969, no Maracanã, numa partida do Flamengo contra o Botafogo, pelo Campeonato Carioca daquele ano, a ave estava apavorada com o barulho dos fogos de artifícios que explodiam no céu antes das entradas das equipes até que fosse liberado para voar pelos céus cariocas, como tradicionalmente faz o falcão do Benfica, em Lisboa. 

Porém, os rivais chamavam os flamenguistas de urubus com uma conotação pejorativa, dado que boa parte da torcida do Flamengo naquela época era formada por torcedores negros, então viviam gritando pelos estádios em uníssono: URUBU! URUBU! URUBU!

Foi então que cansado daquela situação, quatro estudantes decidiram tomar para si aquele apelido. Luiz Octávio Vaz, Romilson Meirelles, Victor Ellery e Erick Soledade, jovens com idade entre 18 e 20 anos foram ao lixão do Caju, na Zona norte do Rio e lá pegaram o urubu solto naquele junho de 1969. 

O voo durou pouco, cerca de 30 segundos e, ao pousar, os gritos de "urubu!" que que vinham das arquibancadas eram dos rubro-negros que viram o Flamengo bater o Botafogo por 2x1, quebrando um jejum de quatro anos sem derrotar o rival numa final. E como torcedor é pouco supersticioso, a ave foi adotada se transformando num dos maiores símbolos do clube até hoje.