O brasileiro que todo mundo ama no Al-Hilal e não é o Neymar, nem Michael

O Mundo Árabe emergiu como um dos destinos preferidos para jogadores de futebol em todo o mundo. Nessa época, impulsionada pelos recursos vindos do petróleo, equipes de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Catar enfrentaram atletas globais com reservas tentadoras. O petróleo, conhecido por sua abundância na região, tem se traduzido em investimentos inspirados no cenário futebolístico local, culminando na seleção do Catar para sediar a próxima Copa do Mundo. 

No entanto, muito antes de se tornar uma escolha popular, o icônico jogador brasileiro Roberto Rivellino já havia deixado sua marca no mundo árabe. A convite do Al-Hilal, da Arábia Saudita, Rivellino ingressou-se ao clube em 1979, quando sua carreira estava em seus momentos finais. Naquela época, o futebol local ainda estava em desenvolvimento, porém,

Rivellino, carinhosamente apelidado de "Riva", trouxe sua rica experiência para o Al-Hilal e conquistou a atenção da torcida. Sua parceria dinâmica com o jogador tunisiano Liman impulsionou o time, resultou em dois campeonatos sauditas consecutivos em 1979 e 1980, além de uma vitória na Copa da Arábia Saudita. Apesar das dificuldades de adaptação ao clima árido, Rivellino deixou um legado duradouro dentro das quatro linhas. Seus 23 gols em 57 jogos testemunham sua habilidade e dedicação, o que lhe rendeu um lugar de destaque na história do Al-Hilal. Sua trajetória também foi marcada por um episódio curioso: ao chegar ao clube, ele pediu aos príncipes proprietários um presente incomum, uma Mercedes, que aquela região era considerada tão comum quanto um Fusca.

A influência de Rivellino no Al-Hilal reverbera até hoje, abrindo portas para outros jogadores sul-americanos seguirem seu caminho. O clube, desde então, transformou-se no mais vitorioso da Arábia Saudita, conquistando títulos e consolidando sua posição como potência no cenário futebolístico local. A saída de Rivellino em 1981, marcada por desavenças com o príncipe Kaled, não sofreu seu legado e sua idolatria persiste na memória do clube e de seus torcedores. Além de seu impacto dentro de campo, o brasileiro teve a oportunidade de participar de um amistoso representando o São Paulo contra a Seleção da Arábia Saudita, solidificando ainda mais seu vínculo com o país.

Roberto Rivellino no Al-Hilal foi um marco

Em retrospectiva, a presença de Roberto Rivellino no Al-Hilal marcou um ponto de virada na história do futebol árabe. Sua habilidade, carisma e dedicação entusiasmados para elevar o status do clube, ao mesmo tempo em que pavimentaram o caminho para que jogadores estrangeiros, especialmente sul-americanos, fossem atraídos para a região. A trajetória de Rivellino é um eloquente da globalização do esporte e da maneira como personalidades influentes podem transcender fronteiras e deixar um impacto duradouro, mesmo em terras distantes.