Brasileiros pelo Mundo

O Real Madrid explora os mercados sul-americano e brasileiro

A estratégia adotada pelos brancos de contratar jovens talentos antes de chegar à elite e seu preço ficar mais caro começa a dar frutos.

Por Romario Paz

A estratégia adotada pelos brancos de contratar jovens talentos antes de chegar à elite e seu preço ficar mais caro começa a dar frutos.
A estratégia adotada pelos brancos de contratar jovens talentos antes de chegar à elite e seu preço ficar mais caro começa a dar frutos.
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Os movimentos de Neymar têm sido pontos de inflexão no mercado de transferências. Sua chegada ao Barcelona em 2013, aos 21 anos, e o montante que acabou atingindo uma operação de transparência questionável mudaram tudo. Quatro anos depois, Neymar partiu para o PSG em uma assinatura que quebrou todos os esquemas: 222 milhões para executar sua cláusula rescisória.

Foi o despertar definitivo que levou o Real Madrid a formular uma nova estratégia de transferência face à capacidade financeira ilimitada do clube-estado para tentar e conquistar as estrelas já estabelecidas.

O reposicionamento do clube branco no mercado consistia em ir para as promessas dos jovens antes que explodissem. Neymar já era internacional pelo Brasil quando foi contratado pelo Barça. Gabriel Jesus, outro jogador por quem os dois grandes nomes apostaram, também havia se destacado no Palmeiras ao dar o salto para o City em 2017.

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Agora era preciso detectar e amarrar futuros números antes que emergissem da elite e assim fez Madrid com Vinicius e Rodrygo, em duas operações que levaram a chancela de Juni Calafat, olheiro-chefe do clube branco. Vinicius tinha ainda 16 anos quando se casou em maio de 2017 com o Madrid, que pagou 45 milhões de euros ao Flamengo para que em julho de 2018 o carioca pudesse ingressar na disciplina madrilena, uma vez que o jogador atingisse a maioridade e, portanto, poderia ser objeto de uma transferência internacional de acordo com os regulamentos da FIFA.

Vinicius acabava de ser artilheiro e campeão do Sul-Americano Sub-17 e havia disputado poucas partidas pelo Brasileiro. No momento da assinatura com Madrid, Vinicius não tinha valor de mercado atribuído pela Transfermarkt, que em outubro de 2017 já o avaliava em 10 milhões de euros.

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Agora, aos 21 anos, seu valor é de 50 milhões, mas chegou a € 70 milhões antes da crise, enquanto o CIES o avalia em mais de 150. E, o mais importante, nesta sua quarta temporada, explodiu em seu atuação. Ele é uma das grandes figuras da equipe Ancelotti. Ele se tornou o titular indiscutível, marcou 12 gols em 24 jogos e tem sete assistências.

Sem esperar que a ‘operação de Vinicius’ saísse, alguns meses depois, Madrid repetiu sua estratégia. A entidade assinou Rodrygo, em transferência pela qual pagou 40 milhões de euros ao Santos, em junho de 2018, quando começou a disputar seus primeiros jogos no Brasileirão e na Libertadores. O paulista já estava no radar da Transfermarkt, que o avaliou em 10 milhões de euros. Agora está em € 35M, mas chegou a 50 antes da crise.

A chegada a Madrid também teve de esperar até aos 18 anos (fará 21 no dia 9 de janeiro). Em sua terceira temporada, Rodrygo ainda não atingiu a continuidade de seu compatriota, mas foi protagonista de várias atuações estelares na Liga dos Campeões, que se tornou sua competição fetichista. Nele soma sete gols, com média de um a cada 134 minutos e em novembro de 2019, contra o Galatasaray, tornou-se o segundo jogador mais jovem a marcar um hat-trick.

A estratégia posta em prática com Vinicius e Rodrygo teve um precursor de sucesso:

Valverde. O uruguaio ainda assinou aos 16 anos, em maio de 2015, quando era a figura do sub-17 azul, mas sem ainda ter feito a estreia pelo Peñarol. No verão seguinte, quando completou 18 anos, ingressou no Castilla. Ele passou uma temporada na subsidiária antes de jogar mais um ano na Primeira Divisão com o Deportivo. Já disputou 120 jogos pelo Madrid.

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